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SESC convida Movimento 90°

De uma coisa os paulistanos não podem reclamar: não faltam na cidade atrações culturais, cursos e oficinas para os mais diversos gostos. Para os amantes da natureza, os meses de janeiro e fevereiro foram recheados de boas oportunidades. Um exemplo disso foi a parceria estabelecida entre o SESC e o Movimento 90°, “um negócio social que tem como meta o aumento das áreas verdes em grandes metrópoles através da instalação de jardins verticais”.

O Movimento 90° foi lançado em 2013 e é famoso pela construção do primeiro jardim vertical em empena cega da América do Sul. Esse jardim, de 220m², foi instalado em um edifício adjacente ao Elevado Costa e Silva (o popular minhocão), tendo sido patrocinado pela Absolut Vodka. Foram utilizadas aproximadas 5 mil mudas de 19 tipos de plantas, e o movimento estima um retorno de mais de 7x o investimento para a marca, levando-se em conta apenas mídia espontânea.

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Fonte: https://www.facebook.com/movimento90

O projeto futuro é que outras 20 empenas cegas sejam transformadas ao longo do minhocão, uma das áreas mais movimentadas e cinzentas da capital, formando assim um corredor verde na região.

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Fonte: https://www.facebook.com/movimento90

A EKOA, como amante da natureza e interessada sempre em expandir seus conhecimentos, participou de uma oficina realizada pelo grupo no começo do mês, no SESC Santana. Lá tivemos a oportunidade de conhecer os instrutores Inês e Santiago, membros e entusiastas do Movimento 90°. A oficina começou de forma bastante interativa: cada participante se apresentou e o grupo fez uma reflexão sobre como é viver em grandes cidades, quais seus problemas e possíveis soluções. Os jardins verticais, claro, foram a pauta dominante, e pudemos saber mais sobre como estas estruturas beneficiam diretamente a cidade e todos os seus moradores.

Após esta atividade inicial, foi a vez de analisarmos os detalhes técnicos do jardim vertical, cuja estrutura se assemelha àquela desenvolvida por Patrick Blanc, francês “pai” dos jardins verticais.

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De maneira geral, podemos dizer que a estrutura é simples: um esqueleto metálico, placas de compensado de material reciclado e duas camadas de feltro de alta densidade. O jardim funciona em módulos de 2,2m x 1,0m de altura, cada um recebendo aproximadamente 50 bolsos (que são recortados na camada de feltro superior), onde as plantas são acondicionadas. A irrigação é totalmente automática (conta com um temporizador, tubos e gotejadores) e funciona de 3 a 4 vezes por dia, dependendo do local.

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Findas as explicações, foi a hora de colocarmos a mão na massa! Plantamos um módulo do jardim vertical (os demais já haviam sido plantados por outros grupos) e no domingo, dia 8 de fevereiro, o jardim foi finalizado. A instalação é rápida, visto que os módulos são preparados anteriormente (na oficina do movimento), restando apenas o plantio no local. A boa notícia: o jardim ficará permanentemente exposto no pátio do SESC Santana... então, se bateu uma curiosidade, faça uma visitinha!

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Fonte: https://www.facebook.com/movimento90

Outro ponto discutido no encontro foi a existência de um projeto de lei para que os jardins verticais possam ser considerados em projetos de compensação ambiental. A opinião da EKOA: os jardins verticais não trazem todos os benefícios que os jardins e demais áreas permeáveis trazem à cidade. Entretanto, na impossibilidade de termos estas áreas (cada vez mais escassas na malha urbana), os jardins verticais podem ser sim aliados (nunca substitutos). Isso se aplica principalmente às áreas centrais mais urbanizadas, cujos projetos de compensação geralmente sofrem para serem postos em prática localmente, tendo em vista a escassez de áreas disponíveis para o plantio de arvores, por exemplo. Nesses casos, sim, os jardins verticais poderiam fazer a diferença, visto que contribuem para a melhoria da qualidade do ar (umidade, níveis de poluentes) e do conforto térmico (amenizando ilha de calor), além do efeito estético incontestável. Um único problema a solucionar: a grande quantidade de espécies exóticas utilizadas! Se pretendemos mesmo que os jardins verticais sejam considerados como parte de projetos de compensação, devemos priorizar a utilização de espécies nativas do bioma local (e não exóticas ou “nativas do Brasil”, visto que não nos interessam aqui as fronteiras políticas). As plantas nativas interagem com a fauna local, sendo polinizadas e dispersas pelas espécies de animais ali viventes, dando em troca abrigo, local para nidificação e diversas fontes de alimento. Um viva à nossa rica flora!

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